Veículos de tração animal: forças e variáveis envolvidas

Autores

  • Bárbara Goloubeff UNIPAZ - MG
  • Sinthya Gonçalves Tavares

Resumo

Veículos sobre rodas existem desde os tempos pré-históricos e são citados em fontes antigas como sendo objetos amplamente conhecidos. Em tempos mais atuais, a aplicação de conceitos físicos para a determinação dos esforços produzidos na tração e a conversão e quantificação matemática destes esforços permite avaliar as reais possibilidades de uso da tração animal. Estar ciente dos fenômenos que causam o movimento da carroça na via apenas é possível ser analisado em conjunto com as condições de construção da via, do cavalo e da própria carroça. Por sua vez, a resistência da carroça ao movimento é proporcional ao peso da própria carroça em conjunto ao peso da carga e/ou passageiro. A resistência ao movimento da carroça pode ser representada pela somatória do atrito interno, entre o eixo e os raios das rodas, e do atrito externo, entre os pneus e o solo da estrada. Esta resistência oferecida à força de tração do cavalo depende das características do solo, do volume da carga transportada e da construção da carroça. A capacidade de tração de um animal aumenta com seu peso. Como regra, se aceita que um animal pode exercer uma tração constante em uma carga que corresponda a, aproximadamente, um décimo (10%) de seu peso corporal. Testes mostraram que cavalos de sela, tem essa capacidade reduzida em 25%. Para raças equinas de tração, se considera uma carga de trabalho normal àquela que não ultrapasse 12 a 15% do seu peso vivo. Em terrenos acidentados esta conversão deve ser reduzida em 1%, para compensar o esforço extra. Para raças impróprias para tração, estes valores devem ser reduzidos para 9-10% do peso vivo. Uma vez atrelados, o peso do animal deve ser multiplicado pelo inverso da grandeza de tração, que se refere ao atrito com o solo. O resultado fornece o valor da carga total passível de ser tracionada. O clima tropical reduz o número de horas de trabalho dos animais, assim como reduz a intensidade esperada. A carroça de duas rodas, usualmente utilizada no Brasil é uma tecnologia extremamente antiga; porém, requer perícia na condução e manutenção apropriada, um oficio praticamente extinto. O mesmo se refere aos cavalos, geralmente mestiços ou mesmo animais de esportes equestres descartados, por doença ou velhice. Tal situação os leva a uma subvida, intensa dor física e psíquica.

Biografia do Autor

Bárbara Goloubeff, UNIPAZ - MG

Possui graduação (1980) e mestrado (1987), ambos em Medicina Veterinária, e doutorado em Ciência Animal, pela Universidade Federal de Minas Gerais (2006). Atualmente leciona Metodologia Científica na UNIPAZ-MG.

Sinthya Gonçalves Tavares

Graduação em Engenharia Mecânica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1994), mestrado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Minas Gerais (2001) e doutorado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Minas Gerais (2006), com período sanduíche na Università Politecnica delle Marche (Itália).

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Publicado

2022-01-01

Como Citar

Goloubeff, B., & Tavares, S. G. (2022). Veículos de tração animal: forças e variáveis envolvidas. Revista Latino-Americana De Direitos Da Natureza E Dos Animais, 5(1), p. 185–211. Recuperado de https://cadernosdoceas.ucsal.br/index.php/rladna/article/view/990