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• DOSSIÊ ENCRUZILHADAS DA AMÉRICA LATINA CONTEMPORÂNEA

  2023-12-22

  Organizadoras: Corina Echavarría (CONICET - Universidad Nacional de Córdoba); Iraneidson Santos Costa (Universidade Federal da Bahia); Jerfferson Amorim de Souza (Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados).

  Em seu poema “La tristeza”, o poeta uruguaio Mario Benedetti ensinou: “Não há tristeza amputada de esperança, nem alegria sem ásperos presságios; a pobre vida é uma encruzilhada de alegrias e fracassos”. Assim caminha a nossa América Latina: imersa em tristezas cotidianas, mas jamais amputada da esperança do porvir. Jubilosa pelas pequenas (e grandes) conquistas arduamente alcançadas no presente, mas sem nunca descuidar dos presságios e augúrios que insistem em nos rodear.

  Esse Dossiê trata, portanto, das encruzilhadas da América Latina contemporânea. Nas últimas décadas, temos continuamente nos perdido e nos achado em diversas encruzilhadas nas quais se cruzam continuamente estradas, sendas, atalhos, veredas. Nem sempre virtuosas. Eventualmente desembocando em becos sem saída. Muitas das vezes tendo que voltar atrás, retomar o percurso, começar de novo. Parafraseando o imortal Guimarães Rosa, diríamos: Grande América Latina: veredas. Sintam-se convidados/as, a trilhar conosco por alguns caminhos:

  • Vereda Geopolítica: os novos imperialismos, a estratégia chinesa na América Latina, a opção Sul-Sul, a montanha russa dos governos latino-americanos de esquerda e direita.

  • Vereda Movimentos Sociais: precarização, informalidade e direitos dos/as trabalhadores/as, o dilema dos/as migrantes e refugiados/as, os movimentos indígenas, as maiorias populares, as lutas étnicas e de gênero, o poder jovem.

  • Vereda Sustentabilidade: os direitos da natureza, o eterno dilema do desenvolvimento versus degradação do ambiente (natural e social), os impactos dos ditos "projetos de desenvolvimento" (hidrelétrico, mineral etc.) na vida dos ecossistemas e das populações diretamente atingidas.

  • Vereda Religiosidade: a religiosidade encarnada, os pobres e a extrema direita entre os grupos cristãos, os pentecostalismos na política atual, a Teologia da Libertação no magistério do Papa Francisco.

  Assim, os Cadernos do CEAS: Revista Crítica de Humanidades, retomando sua tradição de edições especiais dedicadas à América Latina (cf. edições 241 e 250), convidam a todos/as a contribuir com reflexões sobre esse leque de temas que guiarão este número da revista. Bem sabemos que estas trilhas a todo momento se entrecruzam, trespassam, sobrepõem-se: encruzilhadas. Fiquem à vontade para ousá-lo.
  

  Diretrizes para autores (Normas para apresentação de artigos) e link para submissões, ver em:  https://cadernosdoceas.ucsal.br/index.php/cadernosdoceas/about/submissions#onlineSubmissions 

  Prazo para submissão ou envio dos textos: até 30 de abril de 2024.

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• Chamada aberta: DOSSIÊ JUSTIÇA CLIMÁTICA, ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS E COOPERAÇÃO: DESAFIOS PARA A AGENDA 2030 NO BRASIL

  2023-08-11

  O presente dossiê trata da temática socioambiental, enfatizando os desafios da implementação da Agenda 2030 da ONU no Brasil e os desafios para a chamada justiça climática. Desde 2015, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) passaram a pautar as políticas públicas nacionais e locais, enfatizando a questão climática como central aos demais temas da governança global. A complexidade de sua efetivação depende de um conjunto de ações implantadas por diversos atores e em diferentes planos de governo (multisetorial e multinível) num significativo esforço de concertação de objetivos. Esse esforço desenrola-se num terreno marcado por tensões, que assinalam a disputa por modelos de desenvolvimento diversos, bem como por interesses particulares descolados de uma razão pública. Os primeiros anos dos ODS foram circunscritos por conjunturas políticas hostis e negacionistas em Estados relevantes, com destaque para o Brasil de Jair Bolsonaro. A partir de 2023, com o governo Lula 3, o Brasil se reposiciona como um ator global decisivo na questão socioambiental, permitindo um contexto mais favorável para o cumprimento das ODS. Nessa estratégia, a meta do desmatamento zero na Amazônia até 2030 e o fortalecimento de tratados e organizações multilaterais, tornam-se decisivas. Se a realização da Cúpula de Belém, em agosto de 2023, recupera a relevância da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), a oferta da cidade de Belém para a COP30 da Convenção-Quadro das Mudanças Climáticas, em 2025, reafirma a liderança brasileira no enfrentamento à emergência climática. Nesse contexto, o objetivo do dossiê é, criticamente, contribuir para o debate sobre os desafios da presente conjuntura, a partir dos seguintes subtemas prioritários:

  1. A atuação das Organizações Internacionais no Brasil, em particular na Amazônia, sobre as agendas para a questão climática e interface com os direitos humanos;
  2. O conceito de Justiça Climática e seu potencial analítico para os conflitos socioambientais;
  3. Desafios da interface entre mudança climática e gênero;
  4. Possibilidades e limites dos mecanismos de financiamento para os ODS no Brasil;
  5. Desafios de implementação da agenda climática no plano local nos vários biomas;
  6. Movimentos sociais e meio ambiente.

  Prazo final para submissão: prorrogado até 31/01/2024.

  Organizadoras: Denise Vitale (UFBA) e Danielle Hanna Rached (USP).

  Confira as diretrizes de submissão em: https://cadernosdoceas.ucsal.br/index.php/cadernosdoceas/about/submissions

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