POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA, MODELO DE DESENVOLVIMENTO E COALIZÕES POLÍTICAS (1930-2016)

Autores

  • Tiago Nery Subsecretaria de Relações Internacionais do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.25247/2447-861X.2017.n241.p418-444

Palavras-chave:

Política externa brasileira. Desenvolvimento. Coalizões.

Resumo

O artigo analisa as relações entre a política externa brasileira, o modelo de desenvolvimento econômico e as coalizões políticas entre 1930 e 2016. A primeira seção destaca a importância da dimensão doméstica da política externa, que é influenciada por valores e ideias de diferentes atores, a exemplo dos partidos políticos. A segunda seção analisa duas ideias-força que historicamente caracterizaram a política externa brasileira: autonomia e desenvolvimento. Apesar da importância de ambas, durante o nacional-desenvolvimentismo a busca do desenvolvimento tornou-se o principal vetor da política exterior do país. A terceira seção analisa o governo Fernando Henrique Cardoso, destacando as relações entre as reformas econômicas, a coalizão política e a política externa. Na última seção, são analisados os governos Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Esses governos se apoiaram em coalizões heterogêneas, ensaiaram uma política neodesenvolvimentista e adotaram uma política externa mais autônoma. A mudança na conjuntura internacional contribuiu para interromper os governos liderados pelo Partido dos Trabalhadores. Na conclusão, destacam-se a influência do modelo de desenvolvimento e das coalizões políticas na orientação da política externa brasileira.

Biografia do Autor

Tiago Nery, Subsecretaria de Relações Internacionais do Estado do Rio de Janeiro

Doutor em Ciência Política pelo Instituto de Estudos
Sociais e Políticos da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (IESP-UERJ) e membro da
carreira de Especialista em Políticas Públicas e
Gestão Governamental do Estado do Rio de Janeiro (EPPGG).

Referências

ALDEN, C.; ARAN, A. Foreign policy analysis: new approaches. New York: Routledge, 2012.

ALLISON, G.; ZELIKOW, P. Essence of decision: explaining the Cuban Missile Crisis. 2nd ed. New York: Longman, 1999.

AMORIM NETO, O. De Dutra a Lula: a condução e os determinantes da política externa brasileira. Rio de Janeiro: Editora Campus Elsevier e Fundação Konrad Adenauer, 2011.

BEACH, D. Analyzing foreign policy. London: Palgrave Macmillan, 2012.

BERNAL-MEZA, R. Política exterior de Argentina, Chile y Brasil: perspectiva comparada. In: SARAIVA, J.F.S. (Ed.). Foreign policy and political regime, Brasília: IBRI, 2003.

BIELSCHOWSKY, R. Pensamento Econômico Brasileiro: o ciclo ideológico do desenvolvimentismo. 4. ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000.

BOITO, A.; BERRINGER, T. Social classes, neodevelopmentalism, and Brazilian foreign policy under presidents Lula and Dilma. Latin American Perspectives, vol. 41, nº 5, pp. 94-109, 2014.

BRESSER-PEREIRA, L.C. A construção política do Brasil: sociedade, economia e estado desde a independência. São Paulo: Editora 34, 2014.

______. Globalização e competição: por que alguns países emergentes têm sucesso e outros não. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

CANO, W. (Des)Industrialização e (Sub)Desenvolvimento. Disponível em: <http://centrocelsofurtado.org.br/congresso2014/arquivos/file/Artigo%20Wilson%20Cano.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2014.

CARDOSO, F.H. Xadrez internacional e social-democracia. São Paulo: Paz e Terra, 2010.

CARRILLO, I. The new developmentalism and the challenges to long-term stability in Brazil. Latin American Perspectives, vol. 41, nº 5, pp. 59-74, 2014.

CERVO, A. Political regimes and Brazil’s foreign policy. In: In: SARAIVA, J.F.S. (Ed.). Foreign policy and political regime, Brasília: IBRI, 2003.

DOMINGUES, J. M. A América Latina e a modernidade contemporânea: uma interpretação sociológica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

______. O Brasil entre o presente e o futuro: conjuntura interna e inserção internacional. Rio de Janeiro: Mauad X, 2013.

FERNANDES, L. Transição global e ruptura institucional: a geopolítica do neogolpismo no Brasil e na América Latina. Princípios, n. 143, pp. 30-40, 2016.

FMI (2015). Dados sobre as taxas médias de crescimento do PIB nos Governos Fernando Henrique, Lula e Dilma, 1995-2014. Disponível em: http://www.imf.org/.

FONSECA JR., G. A legitimidade e outras questões internacionais. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

GARCIA, M. A. Avanços, impasses e desafios da integração. In: 2003-2013: uma nova política externa. MARINGONI G.; SCHUTTE, G. R.; BERRON, G. (Orgs.). Tubarão: Ed. Copiart, 2014.

GOUREVITCH, P. Políticas estratégicas en tiempos difíciles: respuestas comparativas a las crisis económicas internacionales. México, DF: Fondo de Cultura Económica, 1993.

______. The second image reversed: the international sources of domestic politics. International Organization, vol. 32, nº 4, pp. 881-912, 1978.

HALLIDAY, F. Repensando as relações internacionais. 2. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.

HILL, C. The changing politics of foreign policy. London: Palgrave MacMillan, 2003.

IBGE. (2016), Sistema de Contas Nacionais Referência 2000 (IBGE/SCN 2000 Anual). Produto Interno Bruto (PIB) – referências 2000 e 2010. Disponível em: www.ipeadata.gov.br.

KAUCHAKJE, S. International modeling and Brazilian public policies for poverty reduction. Latin American Policy, v. 5, n. 1, p. 157-168, 2014.

KERSTENETZKY, C. L. The Brazilian social developmental state: a progressive agenda in a (still) conservative political society. In: WILLIAMS, M. (Ed.). The end of the developmental state? New York: Routledge, 2014. p. 172-196.

LAFER, C. A identidade internacional do Brasil e a política externa brasileira: passado, presente e futuro. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2004.

LÊNIN, V. I. Imperialismo, estágio superior do capitalismo: ensaio popular. São Paulo: Expressão Popular, 2012.

LIMA, M. R. S. Instituições democráticas e política exterior. Contexto Internacional, v. 22, n. 2, p. 265-303, jul./dez. 2000.

LIMA, M. R. S.; DUARTE, R. Diplomacia presidencial e politização da política externa: uma comparação dos governos FHC e Lula. Observador On-Line, Rio de Janeiro, v. 8, n. 9, p. 1-24, 2013.

LIMA, M. R. S.; HIRST, M. Brasil como poder intermediário e poder regional. In: HURRELL, A.; et al. Os Brics e a ordem global. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2009. p. 43-73.

MOTTA VEIGA, P. Política comercial no Brasil: características, condicionantes domésticos e policy-making. In: JANK, M. S.; SILBER, S.D. (Orgs.). Políticas comerciais comparadas: desempenho e modelos organizacionais. São Paulo: Editora Singular, 2007. p. 71-162.

NOBRE, M. Imobilismo em movimento: da abertura democrática ao governo Dilma. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. 204 p.

PAROLA, A. G. L. A ordem injusta. Brasília: Fundação Alexandre Gusmão, 2007. 508 p.

PAULANI, L. Brasil delivery: servidão financeira e estado de emergência econômico. São Paulo: Boitempo, 2008. 150 p.

PEDERSEN, J. D. Globalization, development and the state. London: Palgrave Macmillan, 2008. 215 p.

PINHEIRO, L. Política externa brasileira, 1889-2002. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004. 81 p.

PINHEIRO, L.; MILANI, C. R. S. Conclusão. In: ______. (Orgs.). Política externa brasileira: a política das práticas e as práticas da política. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2012. p. 331-345.

POCHMANN, M. Nova classe média? O trabalho na base da pirâmide social brasileira. São Paulo: Boitempo, 2012. 127 p.

RODRIK, D. As confusas defesas de acordos comerciais. Valor Econômico, São Paulo, 15 jun. 2015. Disponível em: <http://www.valor.com.br/opiniao/4093502/confusas-defesas-de-acordos-comerciais>. Acesso em: 20 jun. 2015.

SINGER, A. Cutucando onças com vara curta: o ensaio desenvolvimentista no primeiro mandato de Dilma Rousseff (2011-2014). Novos Estudos, nº 102, pp. 42-71, 2015.

______. A (falta de) base política para o ensaio desenvolvimentista. In: SINGER, A; LOUREIRO, I. (Orgs.). As contradições do lulismo: a que ponto chegamos? São Paulo: Boitempo, 2016.

______. Os sentidos do lulismo: reforma gradual e pacto conservador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 276 p.

VIGEVANI, T.; CEPALUNI, G. A política externa brasileira: a busca da autonomia, de Sarney a Lula. São Paulo: Editora UNESP, 2011. 226 p.

VISENTINI, P. F. A projeção internacional do Brasil, 1930-2012: diplomacia, segurança e inserção na economia mundial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 224 p.

Downloads

Publicado

2017-09-25

Como Citar

Nery, T. (2017). POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA, MODELO DE DESENVOLVIMENTO E COALIZÕES POLÍTICAS (1930-2016). Cadernos Do CEAS: Revista crítica De Humanidades, (241), 418–444. https://doi.org/10.25247/2447-861X.2017.n241.p418-444

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Obs .: Este plugin requer que pelo menos um plugin de estatísticas / relatório esteja ativado. Se seus plugins de estatísticas fornecerem mais de uma métrica, selecione também uma métrica principal na página de configurações do site do administrador e / ou nas páginas de configurações do gerente da revista.