“DO PENSAR PARA O MELHOR AGIR”: QUE ÁFRICA OS AFRICANOS QUEREM?

Autores

  • Patrícia Godinho Gomes UFBA

DOI:

https://doi.org/10.25247/2447-861X.2018.n245.p532-567

Palavras-chave:

Produção de Conhecimento. África. Independências.

Resumo

Neste artigo procuro discutir criticamente alguns aspetos ligados às independências dos países africanos connquistadas entre os anos 1960 e os anos 1990 e as ideias subjacentes ao projeto histórico da unidade continental, em particular modo dos países de língua oficial portuguesa, submetidos à colonização portuguesa. Faço-o a partir de reflexões teóricas de inteletuais africanos que marcaram as lutas nacionalistas do século XX, como foi o caso de Amílca Cabral. O texto parte da concepção de indepencência e emancipação elaborada por Cabral e procura dialogar com alguns estudiosos da África contemporânea, em particular filósofos, no sentido de compreender o caminho percorrido por africanos na construção e produção de conhecimento sobre o continente e os principais desafios do futuro a partir da visão da “Agenda 2063” e da definição de uma “Agenda Inteletual Africana”, numa perspetiva descolonial. O artigo procura localizar as reflexões na realidade da Guiné-Bissau (pátria de Amílcar Cabral) a partir do debate acadêmico sobre temas de gênero em curso no continente. Por quem e como o conhecimento sobre África é produzido constituem as questões centrais, a partir das quais procuro conduzir as minhas reflexões neste trabalho.

Biografia do Autor

Patrícia Godinho Gomes, UFBA

Professora Visitante do Programa Multidisciplinar de Estudos Étnicos e Africanos-Pós-Afro/UFBA

Referências

AGENDA 2063 - A ÁFRICA QUE QUEREMOS. Edição final publicada em 2015, Comissão da União Africana, 15p. Disponível em: https://au.int/en/agenda2063/popular-version. Acesso em: 29 jun. 2018.

CABRAL, A. Independência de pensamento e de ação. In: ANDRADE, M. de (Org.) Obras escolhidas de Amílcar Cabral. A arma da teoria-unidade e luta I. Lisboa: Seara Nova,1976. p.160-162.

HANDEM, D.L. A mulher e o desenvolvimento. In: HANDEM, D. L.; SILVA, F. D. (Orgs.). A Guiné-Bissau a caminho do ano 2000. Bissau (Guiné-Bissau): Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa, 1989. p. 251-277.

HOUTONDJI, P. Investigação e extraversão: elementos para uma sociologia da ciência nos países da periferia. Soronda- Revista de Estudos Guineenses. Bissau: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa-INEP, 1989. p.107-118.

IYOB, R. Madamismo and Beyond: the construction of Eritrean women. In: Italian Colonialism, New York (US): Palgrave Macmillan. 2005. p. 233–244.

LOPES, F. Filodramática. Os PALOP entre a filosofia e a crise de cosnciência histórica, Maputo, Instituto Missionário Filhas de São Paulo- Maputo (Moçambique), 2018

MAFEJE, A. Africanity: a combative ontology. In: DEVISCH, René; NYAMNJOH, Francis (Eds.). The postcolonial turn. Bamenda (Camerun): Langaa Research and Publishing Common Initiative Group, 2011. p. 31-44.

MAMDANI, M. 2011. Africa’s Post-colonial Scourge. Mail & Guardian Getting Ahead, p. 27.

MKADAWIRE, T. Non-organic Intellectuals and “Learning. In: Policy-making Africa. Learning in development co-operation. 2000. p. 205.

MUSUSA, P. Who is setting Africa’s intellectual Agenda?. CODESRIA Bulletin, Dakar, ns. 1/2, p. 5-6, 2017.

NGOENHA, S. Por uma dimensão moçambicana da consciência histórica. Porto: Edições Salesianas, 1992.

GOMES, P. G. As outras vozes. Percursos políticos, cultura política e processos emancipatórios na Guiné-Bissau. ODEERE- Revista do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade, UESB, Ano 1, n.1, p.121-145, Janeiro-Junho 2016.

GOMES, P. G. De emancipadas a invisíeis: as mulheres guineenses na produção inteletual do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa. In: GOMES, P. G.; ALVES FURTADO, C. (Orgs.). Encontros e desencontros de lá e de cá do Atlântico. Mulheres africanas e afro-brasileiras em perspetiva de gênero, Salvador: EDUFBA. 2017. p.27-45.

Downloads

Publicado

2018-12-05

Como Citar

Gomes, P. G. (2018). “DO PENSAR PARA O MELHOR AGIR”: QUE ÁFRICA OS AFRICANOS QUEREM?. Cadernos Do CEAS: Revista crítica De Humanidades, (245), 553–569. https://doi.org/10.25247/2447-861X.2018.n245.p532-567

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Obs .: Este plugin requer que pelo menos um plugin de estatísticas / relatório esteja ativado. Se seus plugins de estatísticas fornecerem mais de uma métrica, selecione também uma métrica principal na página de configurações do site do administrador e / ou nas páginas de configurações do gerente da revista.