UMA VISÃO CRÍTICA DA COOPERAÇÃO SUL-SUL: PRÁTICAS, ATORES E NARRATIVAS

Autores

  • Enara Echart Muñoz UNIRIO

DOI:

https://doi.org/10.25247/2447-861X.2017.n241.p392-417

Palavras-chave:

Cooperação Sul-Sul. Desenvolvimento. Brasil. Movimentos sociais.

Resumo

O ressurgimento das práticas de cooperação Sul-Sul (CSS) na última década gerou um intenso otimismo sobre as novas formas de cooperação para o desenvolvimento, mas também um debate sobre em que medida estas práticas realmente redimensionam o panorama internacional, alteram as relações Norte-Sul e oferecem novas solidariedades e oportunidades de desenvolvimento. O espaço internacional parece estar aberto a vozes mais plurais, mas boa parte dos países e povos do Sul ainda permanecem excluídos dos principais debates e instituições. Neste artigo, utilizando o caso da CSS brasileira como exemplo, analisamos as causas e impactos que essa incorporação/exclusão de atores, a partir de uma visão crítica das disputas e dos sentidos da cooperação no tocante às práticas, aos atores e às narrativas, para recuperar alguns debates em torno ao desenvolvimento que nos parecem centrais. Para isso, parece-nos insuficiente entender essa cooperação internacional unicamente a partir da análise da política externa, já que não é possível separar essa política e a ação dos Estados da ordem global na qual estão inseridos: o sistema internacional de cooperação para o desenvolvimento atua não somente como um conjunto de atores, instituições e normas, mas também como sistema de legitimação da hegemonia na atual ordem global. Diante disso, uma possível renovação do Espírito de Bandung, que deu origem à CSS, exige articular os atores de um Sul Global cujas práticas emancipatórias entrelaçam narrativas solidárias alternativas.

Biografia do Autor

Enara Echart Muñoz, UNIRIO

Doutora em Direito Internacional Público e Relações Internacionais pela Universidad Complutense de Madri (UCM. Atualmente é Professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), onde coordena o GRISUL (Grupo de Relações Internacionais e Sul Global). Também é Pesquisadora do LABMUNDO (IESP-UERJ), do Latitude Sul e do Instituto Universitario de Desarrollo y Cooperación da Universidad Complutense de Madri. É co-diretora da Série Desarrollo y Cooperación da Editora Los Libros de La Catarata. Participa e coordena vários projetos de pesquisa, de extensão e é membro de redes nacionais e internacionais relacionadas ao estudo das Relações Internacionais e da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (como o GT CLACSO sobre Cooperação Sul-Sul e Políticas de Desenvolvimento na América Latina). Seus principais âmbitos de atuação são Relações Internacionais; Cooperação para o Desenvolvimento; Direitos Humanos; Movimentos Sociais e Sociedade Civil, Migrações e Desenvolvimento, África, América Latina. Jovem Cientista do Nosso Estado (FAPERJ) e bolsista de Produtividade em Pesquisa da UNIRIO desde 2016. País de origem: Espanha.

 

Referências

BANCO MUNDIAL (2013): “Growing Africa: Unloking the Potencial of Agrobussiness”. Washington DC, Financial and Private Sector Development Department. Disponible en: http://www-wds.worldbank.org/external/default/WDSContentServer/WDSP/IB/2013/03/13/000350881_20130313100019/Rendered/PDF/759720REPLACEM0mmary0pub03011013web.pdf

BAYART, Jean-François (2011): África en el espejo. Colonialidad, criminalidad y Estado, México, Fondo de Cultura Económica.

BRINGEL, Breno y FALERO, Alfredo (2015): “Movimientos sociales, gobiernos progresistas y Estado en América Latina: transiciones, conflictos y mediaciones”, en Caderno CRH vol. 28 n. 75, set/dez.

BRINGEL, Breno y VIEIRA, Flávia (2015): “Movimientos internacionalistas y prácticas de cooperación sur-sur”, en Revista Española de Desarrollo y Cooperación nº 36. Madrid, IUDC-UCM, p. 65-79.

BRINGEL, Breno y ECHART, Enara (2015): “Movimientos sociales, desarrollo y emancipación”, en SOTILLO, J. Á. (Dir.) (2015): Antología del Desarrollo. Madrid: IUDC/La Catarata, p. 573-669.

COX, Robert (1996a): “Social forces, states, and world order”, in COX, R. and SINCLAIR, T. J. Approaches to World Order, Cambridge University Press.

COX, Robert (1996b): “Towards a posthegemonic conceptualization of world order: reflections on the relevancy of Ibn Khaldun”, in COX, R. and SINCLAIR, T. J. Approaches to World Order, Cambridge University Press.

COX, Robert (2007): “Gramsci, hegemonia e relações internacionais: um ensaio sobre o método”. En GILL, Stephen (Ed.): Gramsci: materialismo histórico e relações internacionais, Editora UFRJ, Rio de Janeiro.

ECHART Enara, GILSANZ, J., BRINGEL, B., SURASKY, Javier (2013a): Cooperación Sur-¬Sur y Derechos Humanos. El Derecho a la Alimentación en la Cooperación argentina y brasileña desde un Enfoque Basado en los Derechos Humanos. Serie Documentos de Trabajo. , v.25, Madrid, IUDC-UCM.

ECHART, Enara (2013b): “Direitos Humanos e Cooperação Sul-Sul”, en Ivo, Anete Brito Leal (Coord.). Dicionário temático desenvolvimento e questão social: 81 problemáticas contemporâneas. São Paulo: Annablume, p. 182-190.

ECHART, Enara (2009): “La agenda del desarrollo: potencialidades y límites de los Objetivos de Desarrollo del Milenio”, en RODRÍGUEZ MANZANO, I. y TEIJO GARCÍA, C. (eds.): Ayuda al desarrollo: piezas para un puzle. Madrid, IUDC-La Catarata, pág. 83-99.

ECHART, Enara (2008) Movimientos sociales y Relaciones Internacionales. La irrupción de un nuevo actor. Madrid: IUDC-UCM-Catarata.

ESCOBAR, Arturo (1992): “Imagining a post-development era: Critical Thought, social movementes and development”. Social Text nº 31/32, Special Issue on Third World and Post-colonial issues, p. 20-56, Duque University Press.

ESCOBAR, Arturo (1996): La invención del Tercer Mundo. Construcción y deconstrucción del desarrollo. Bogotá: Norma.

FUNDACIÓN DOM CABRAL (2013), Ranking FDC das multinacionais brasileiras 2013: os impactos da política externa na internacionalização de empresas brasileiras. Disponible en: http://www.fdc.org.br/professoresepesquisa/publicacoes/Paginas/publicacao-detalhe.aspx?publicacao=18406.

GARCIA, Ana Saggioro; KATO, Karina; FONTES, Camila. A história contada pela caça ou pelo caçador? Perspectivas sobre o Brasil em Angola e Moçambique. Ed PACS. 2012. 65p. Disponível em: <http://www.pacs.org.br/files/2013/03/Relatorio-Africa.pdf> agosto 2014. Acesso em: 20.10.2015.

GONZÁLEZ CASANOVA, Pablo (1963) “Sociedad plural, colonialismo interno y desarrollo”, América Latina: Revista del Centro Latinoamericano de Investigaciones en Ciencias Sociales, VI (3), Río de Janeiro.

GRUPO PERMANENTE DE TRABAJO SOBRE ALTERNATIVAS AL DESARROLLO (2011): Más allá del desarrollo. Quito: EdicionesAbyaYala / Fundación Rosa Luxemburg.

GUDYNAS, Eduardo (2012): “Extractivismos persistentes y el progresismo sudamericano”, en Daza, M.; Hoetmer, R. Y Vargas, V.: Crisis y movimientos sociales en Nuestra América: cuerpos, territorios e imaginarios en disputa. Lima, Programa Democracia y Transformación Global, p. 397-408.

HERRERA FLORES, Joaquín (2005) Los derechos humanos como productos culturales. Crítica del humanismo abstracto. Madrid: Ediciones de la Catarata.

HOGENBOOM, Barbara (2012): “Depoliticized and Repoliticized Minerals in Latin America”, in Journal of Developing Societies Vol. 28 (2), p. 133-158.

LE MONDE (2015), Afrique, l’envol. Hors Série. Paris, Le Monde.

LLISTAR, David (2009): Anticooperación. Interferencias Norte-Sur. Los problemas del Sur Global no se resuelven con más ayuda internacional. Barcelona, Icaria editorial.

MILANI, Carlos; ECHART, Enara; DUARTE, Rubens y KLEIN, Magno (2015): Atlas de la Política Exterior Brasileña. Buenos Aires, CLACSO. Disponible en: http://www.clacso.org.ar/libreria-latinoamericana/libro_detalle.php?id_libro=987&pageNum_rs_libros=0&totalRows_rs_libros=957

MILLÁN ACEVEDO, N. (2014): Reflexiones para el estudio de la coherencia de políticas para el desarrollo y sus principales dimensiones, Papeles 205 y mas n. 17, Madrid.

PNUD (2013): “El ascenso del Sur: Progreso humano en un mundo diverso”. Informe sobre Desarrollo Humano. Nueva York, PNUD. Disponible en http://hdr.undp.org/es/content/informe-sobre-desarrollo-humano-2013

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter (2001): Geo-grafías. Movimientos sociales, nuevas territorialidades y sostenibilidad. México-D.F.: Siglo XXI.

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter (2012): “Sustentando a insustentabilidade Comentários à Minuta Zero do documento base de negociação da Rio+201”. EcoDebate. Cidadania e Meio Ambiente.

PROGRAMA DE NACIONES UNIDAS PARA EL DESARROLLO (2012): Towards a Food Secure Future. African Human Development Report 2012. Nueva York: PNUD. Disponible en: http://www.undp.org/content/dam/undp/library/corporate/HDR/Africa%20HDR/UNDP-Africa%20HDR-2012-Summary-EN.pdf

QUIJANO, Aníbal (2012): “¿Bien vivir? Entre le ‘desarrollo’ y la descolonialidad del poder”, en Daza, M.; Hoetmer, R. Y Vargas, V.: Crisis y movimientos sociales en Nuestra América: cuerpos, territorios e imaginarios en disputa. Lima, Programa Democracia y Transformación Global, p. 125-135.

RIST, Gilbert (2002): El desarrollo: historia de una creencia occidental. Madrid: Catarata / IUDC-UCM.

SEN, Amartya (2000): Desarrollo y libertad. Editorial Planeta, Madrid.

SOTILLO, José Ángel (Dir.) (2015): Antología del Desarrollo. Madrid: IUDC/La Catarata.

STAVENHAGEN, Rodolfo (1963) “Clases, colonialismo y aculturación”, América Latina: Revista del Centro Latinoamericano de Investigaciones en Ciencias Sociales, VI (4), Río de Janeiro.

SURASKY, Javier (2015): “Descolonización y Desarrollo”, en SOTILLO, J. Á. (Dir.) (2015): Antología del Desarrollo. Madrid: IUDC/La Catarata, p. 71-132.

SVAMPA, Maristella (2008): "La disputa por el desarrollo: territorio, movimientos de carácter socio-ambiental y discursos dominantes". En SVAMPA, M.:. Cambio de época. Movimientos sociales y poder político. Buenos Aires: Siglo XXI.

Downloads

Publicado

2017-09-25

Como Citar

Echart Muñoz, E. (2017). UMA VISÃO CRÍTICA DA COOPERAÇÃO SUL-SUL: PRÁTICAS, ATORES E NARRATIVAS. Cadernos Do CEAS: Revista crítica De Humanidades, (241), 392–417. https://doi.org/10.25247/2447-861X.2017.n241.p392-417

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Obs .: Este plugin requer que pelo menos um plugin de estatísticas / relatório esteja ativado. Se seus plugins de estatísticas fornecerem mais de uma métrica, selecione também uma métrica principal na página de configurações do site do administrador e / ou nas páginas de configurações do gerente da revista.