CONTANDO AS MORTES DE JOVENS NEGROS: NARRATIVAS DE UM REAL INSUSTENTÁVEL
DOI:
https://doi.org/10.25247/2447-861X.2016.n238.p543-567Palavras-chave:
Estatísticas de homicídios. Genocídio. Juventude Negra.Resumo
O elevado número de homicídios registrados nas últimas décadas no Brasil constitui um grave problema de segurança pública e tem sido pautado por diversos atores sociais de diferentes formas. O presente texto propõe uma discussão de duas importantes narrativas das mortes de jovens negros. Por um lado, propõe o estudo da produção das estatísticas criminais de homicídios, e, por outro, sugere uma reflexão a respeito da utilização do termo genocídio para se referir ao problema em tela. Inicialmente, através de uma abordagem empírica – pautada na análise de documentos, visitas in loco e entrevistas semi-estruturadas – analisamos como a produção das estatísticas de homicídios pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia, embora pautada num sólido arcabouço legal e organizacional, carece ainda de uma abordagem qualificada das questões raciais, o que leva a subestimar o número de mortes de jovens negros na capital baiana, deixando também de produzir consequências significativas no plano das políticas voltadas para reversão deste quadro. Num segundo momento, partindo da premissa segundo a qual a forma de nomear um problema já constitui por si só uma maneira de enfrentamento, abordamos a questão da necessária utilização do conceito de “genocídio” para evocar o fenômeno das mortes de jovens negros no Brasil.
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