RUMORES SOBRE ESTUPROS E FURTOS EM FAVELAS DO RIO DE JANEIRO
DOI:
https://doi.org/10.25247/2447-861X.2023.n259.p280-304Palavras-chave:
Rumor, Pacificação, Violência, Favela, Rio De JaneiroResumo
O presente artigo parte da ideia de quando acontecimentos transformações significativas nas formas de morar periféricas, indeterminações e incertezas já presentes na vida cotidiana de quem habita as “margens do Estado” intensificam-se ainda mais. Este processo de intensificação das indeterminações foi vivenciado por moradores de favelas do Rio de Janeiro quando eles se depararam com a implementação e os impactos das primeiras Unidades de Polícia Pacificadora há 15 anos. Neste artigo analiso novas inseguranças que surgiram em “tempos de paz” nessas favelas, focando especialmente na circulação de rumores de estupro e furtos no Morro Santa Marta e Cidade de Deus, onde realizei um longo trabalho etnográfico. Mostro como o aumento de crimes não letais em áreas com UPP, que inicialmente foi menosprezado pela polícia e pelo debate público, com o passar do tempo foi estatisticamente comprovado. Consequentemente, analiso como essa comprovação do aumento desses crimes não-letais passou a ser utilizado como subsídio para que moradores desses territórios elaborassem críticas a UPP nas favelas.
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