BANCOS PÚBLICOS DE DESENVOLVIMENTO E EQUIDADE DE GÊNERO: QUAIS DETERMINANTES PARA UMA AÇÃO CLIMÁTICA EFICAZ?

Autores

  • Camila Villard Duran ESSCA School of Management, Nantes, Loire, França. https://orcid.org/0000-0002-8251-1052
  • Agnes Babugura Faculty of Agriculture and Environmental Sciences, Kabale University
  • Mariola Acosta Independent Researcher
  • Julia Lambert Gomes Ferraz Doutoranda, Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.25247/2447-861X.2024.n261.p132-147

Palavras-chave:

Bancos públicos de desenvolvimento, Finanças climáticas, Desigualdade de gênero

Resumo

As mudanças climáticas têm causado destruição em escala global, contudo, afetando indivíduos de maneira distinta. Gênero e fatores interseccionais, como classe social, raça, etnia, idade e geografia, são determinantes nos impactos dessas mudanças. A comunidade global tem sido mobilizada para uma ação imediata, buscando mitigar e se adaptar às mudanças climáticas, o que requer, de forma concomitante, mobilização de recursos financeiros. Bancos Públicos de Desenvolvimento (BPDs) podem desempenhar um papel crucial nesse esforço coletivo, por se situarem na intersecção entre finanças e políticas públicas, além de terem mandato institucional destinado a superar falhas de mercado e promover investimentos com impactos ambientais e sociais positivos. No entanto, alguns BPDs ainda enfrentam desafios na integração de considerações de equidade de gênero em seus quadros operacionais e na conceituação interna do tema, visando promover finanças climáticas mais eficazes. Os BPDs têm uma oportunidade única de influenciar a relação entre financiamento climático e igualdade de gênero. O conhecimento especializado é ferramenta poderosa para alcançar esse objetivo, e a rede sustentada institucionalmente por Summits do Finance in Common (FiCS) pode conduzir à produção colaborativa e ao acesso a esse conhecimento por meio do compartilhamento de experiências e práticas.

Biografia do Autor

Camila Villard Duran, ESSCA School of Management, Nantes, Loire, França.

Professora associada de Direito na ESSCA School of Management, Nantes, Loire, França. Trabalha com questões relacionadas ao direito econômico internacional; regulamentação de dinheiro, finanças e criptoativos; leis monetárias e financeiras internacionais; e equidade de gênero em finanças. Pós-doutora pelas universidades de Oxford e Princeton (Global Leaders Fellowship Program). É doutora com dupla titulação de tese pela FDUSP e pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne.

Agnes Babugura, Faculty of Agriculture and Environmental Sciences, Kabale University

Faculty of Agriculture and Environmental Sciences, Kabale University

Mariola Acosta, Independent Researcher

Especialista em gênero e desenvolvimento rural, com doutorado em Ciências Sociais; mestrado em Desenvolvimento Agrícola e bacharelado em Engenharia Agrícola. Trabalha em desenvolvimento agrícola há mais de 10 anos, com a maior parte da experiência centrada em questões de igualdade de gênero e inclusão social em sistemas alimentares sustentáveis. Atualmente, trabalha como consultora sênior de gênero no Bureau de Resiliência, Meio Ambiente e Segurança Alimentar da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). ResearchGate: https://www.researchgate.net/profile/Mariola-Acosta.

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Publicado

2024-04-30

Como Citar

Duran, C. V., Babugura, A., Acosta, M., & Lambert Gomes Ferraz, J. (2024). BANCOS PÚBLICOS DE DESENVOLVIMENTO E EQUIDADE DE GÊNERO: QUAIS DETERMINANTES PARA UMA AÇÃO CLIMÁTICA EFICAZ?. Cadernos Do CEAS: Revista crítica De Humanidades, 49(261), 132–147. https://doi.org/10.25247/2447-861X.2024.n261.p132-147

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