PROCESSO DE AUTOURBANIZAÇÃO DA OCUPAÇÃO ANCHIETA GRAJAÚ: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA PENSAR INTERVENÇÕES EM FAVELAS

Autores

  • Ana Clara Oliveira de Araújo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP); Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais
  • Cintia Almeida Fidelis Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP); Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais
  • Larissa Gabrielle Silva Norito Hiratsuka Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais https://orcid.org/0000-0001-9494-7446
  • Nunes Lopes dos Reis Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais
  • Victor Martinez Corrêa e Sá Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais

DOI:

https://doi.org/10.25247/2447-861X.2023.n260.p491-518

Palavras-chave:

Ocupação Anchieta Grajaú, Autourbanização, Assessoria técnica, Intervenção, Favelas

Resumo

Este texto pretende apresentar uma experiência de intervenção em favelas, com o processo de autourbanização desenvolvido na Ocupação Anchieta Grajaú, na zona sul da cidade de São Paulo, pela Associação de Moradores do Movimento Anchieta e pela assessoria técnica Peabiru TCA, com a colaboração de diferentes sujeitos e instituições. No âmbito da atuação desta entidade, essa forma de trabalho representa uma aproximação direta com favelas e ocupações que estão inseridas na reivindicação por moradia digna e na resistência a tentativas de remoções, configurando-se como instrumento de luta, mas também incidindo territorialmente com mudanças qualitativas nesses locais. No caso em epígrafe, o trabalho se estrutura a partir de um movimento de articulação comunitária para evitar a reintegração de posse e buscar alternativas para a regularização fundiária do assentamento, contexto no qual foi estabelecida a parceria com a Peabiru. Após a realização de levantamentos, de reuniões de negociações com os proprietários e com o poder público e da elaboração de um plano geral de urbanização, foram iniciadas intervenções físicas na ocupação, com a demarcação de lotes, o deslocamento de famílias e a construção de casas-embrião, que se inserem na experiência denominada de autourbanização. Esse processo é relatado no texto, revelando potencialidades, limites e contradições que buscam contribuir para avançar na elaboração de formas de intervenção em favelas e na constituição de políticas públicas que abranjam esta demanda.

 

Biografia do Autor

Ana Clara Oliveira de Araújo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP); Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais

Doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP); Arquiteta e Urbanista na Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais.

Cintia Almeida Fidelis, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP); Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais

Doutoranda em Serviços Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Atualmente é Assistente social do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, Fundadora da Cooperativa de Trabalho - Mútua, Membra da Assessoria Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais. Tem experiência na área de Serviço Social, com ênfase em Política Urbana, Regularização Fundiária, Planos Populares de Urbanização de Favelas, Conflitos Fundiários e Participação Popular.

Larissa Gabrielle Silva Norito Hiratsuka, Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais

 

Arquiteta e Urbanista na Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais.

Nunes Lopes dos Reis, Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais

Arquiteto e Urbanista na Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais.

Victor Martinez Corrêa e Sá, Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais

Mestrando em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP). Arquiteto e Urbanista na Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais.

Referências

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Publicado

2023-12-29

Como Citar

Araújo, A. C. O. de, Fidelis, C. A., Hiratsuka, L. G. S. N., Reis, N. L. dos, & Sá, V. M. C. e. (2023). PROCESSO DE AUTOURBANIZAÇÃO DA OCUPAÇÃO ANCHIETA GRAJAÚ: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA PENSAR INTERVENÇÕES EM FAVELAS. Cadernos Do CEAS: Revista crítica De Humanidades, 48(260), 491–518. https://doi.org/10.25247/2447-861X.2023.n260.p491-518

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