PROCESSO DE AUTOURBANIZAÇÃO DA OCUPAÇÃO ANCHIETA GRAJAÚ: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA PENSAR INTERVENÇÕES EM FAVELAS
DOI:
https://doi.org/10.25247/2447-861X.2023.n260.p491-518Palavras-chave:
Ocupação Anchieta Grajaú, Autourbanização, Assessoria técnica, Intervenção, FavelasResumo
Este texto pretende apresentar uma experiência de intervenção em favelas, com o processo de autourbanização desenvolvido na Ocupação Anchieta Grajaú, na zona sul da cidade de São Paulo, pela Associação de Moradores do Movimento Anchieta e pela assessoria técnica Peabiru TCA, com a colaboração de diferentes sujeitos e instituições. No âmbito da atuação desta entidade, essa forma de trabalho representa uma aproximação direta com favelas e ocupações que estão inseridas na reivindicação por moradia digna e na resistência a tentativas de remoções, configurando-se como instrumento de luta, mas também incidindo territorialmente com mudanças qualitativas nesses locais. No caso em epígrafe, o trabalho se estrutura a partir de um movimento de articulação comunitária para evitar a reintegração de posse e buscar alternativas para a regularização fundiária do assentamento, contexto no qual foi estabelecida a parceria com a Peabiru. Após a realização de levantamentos, de reuniões de negociações com os proprietários e com o poder público e da elaboração de um plano geral de urbanização, foram iniciadas intervenções físicas na ocupação, com a demarcação de lotes, o deslocamento de famílias e a construção de casas-embrião, que se inserem na experiência denominada de autourbanização. Esse processo é relatado no texto, revelando potencialidades, limites e contradições que buscam contribuir para avançar na elaboração de formas de intervenção em favelas e na constituição de políticas públicas que abranjam esta demanda.
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